Quatro jogos simples para trabalhar a psicomotricidade com as crianças

Psicomotricidade. Já ouviu falar, mas parece-lhe um conceito complexo? Fique desde já a saber que ao aplicar esta ciência nos seus métodos de ensino poderá começar a ver muitas melhorias na aprendizagem das suas crianças.

Resumidamente, a psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo trabalhar os aspetos sociais, emocionais, cognitivos e motores do ser humano. Sendo possível encontrar benefícios da aplicação de exercícios de psicomotricidade durante todas as fases da vida, é durante a infância onde se verifica uma influência maior, já que as crianças atravessam um período de desenvolvimento muito intenso.

Nesta altura, podem ser trabalhadas algumas competências das crianças através de jogos. Como é capaz de imaginar, existe um sem número de brincadeiras e estratégias divertidas de o fazer. A seguir, apresentamos-lhe quatro soluções lúdicas e didáticas de a aplicar e os benefícios de cada uma delas.

1. Aprender a lateralidade com cores

Não será difícil encontrar crianças paras as quais as noções de direção (de direita e esquerda, de trás e de frente, de cima e de baixo) ainda pareçam confusas. É natural, afinal estas palavras são ainda muito complexas e abstratas para o universo de uma criança. No entanto, existem formas de, gradualmente, começar a introduzir estes conceitos no léxico da criança, evitando que esta dificuldade se prolongue na idade adulta. Como? Através de um jogo cores!

A ideia é espalhar figuras de “mãos” e de “pés” de cores diferentes pelo chão, em direções diferentes. Durante o jogo, peça às crianças que coloquem uma das mãos, ou um dos pés, por cima de cada uma das figuras, à medida que diz a cor delas.

Além de começarem a conseguir distinguir as diferentes direções no espaço, associando-as às cores, estes exercícios contribuem para que a criança tenha um melhor conhecimento sobre o seu corpo e fazem, também, com que apresentem um melhor desempenho escolar, nomeadamente no que diz respeito à escrita – por exemplo, na distinção entre o ‘p’ e o ‘b’.


2. Mexer as mãos para evoluir cognitivamente

Desta vez, irá precisar de utensílios como tijolos, placas, arcos e bastões. Deverá construir um percurso com estes objetos de forma a que tenha subidas e descidas, trajetos elevados relativamente ao chão e obstáculos também acima do nível do chão.

Para concretizar este jogo, a criança será obrigada a equilibrar-se, a subir e descer e a atravessar barreiras, trabalhando o equilíbrio, a coordenação do seu corpo, a organização relativamente ao espaço que a rodeia e, indiretamente, o medo, a inibição e as frustrações.


3. Desenvolver o equilíbrio

Trabalhar os movimentos das mãos é um exercício privilegiado para desenvolver a coordenação motora fina das crianças, uma vez que contribui para o desenvolvimento de capacidades como a precisão e a destreza, aspetos importantíssimos não só para o desenvolvimento motor da mão, como também para o desenvolvimento cognitivo das crianças.

Para realizar atividades que promovam a coordenação motora fina com crianças muito pequenas, basta, por exemplo, recorrer a plasticina ou a folhas de papel, fazendo com que a criança amasse e aperte a plasticina, rasgue, amarrote e dobre as folhas de papel.

Ao fazer isto, a criança está a trabalhar a sua capacidade de movimentar as mãos, contribuindo para que a escrita seja mais fácil e, de forma indireta, a atenção, a sequência, a memória e a imitação.

 


4. Jogar!

Esta última sugestão pode ser aplicada de diversas formas. Essencialmente, o que se pretende é jogar em grupo, seja através de um jogo de futebol, de basquetebol, de jogos tradicionais como o jogo do mata ou uma corrida de sacos, ou ainda através de jogos mais simples, para os mais novinhos.

O objetivo é pôr as crianças a mexer, a correr e a saltar, colocando os seus corpos em atividade física, e a interagirem entre si. Mas, antes do jogo iniciar, é fundamental estabelecer um conjunto de regras e normas, para orientar as crianças. Fazendo isto, as crianças são obrigadas a aguçar o raciocínio lógico, a raciocinarem de forma mais rápida, a encontrar estratégias para ultrapassar os obstáculos e alternativas para alcançar os objetivos.

Mas os benefícios não ficam por aqui. Tendo que estabelecer relações com os colegas, estes jogos contribuem para fortalecer alguns aspetos da psicomotricidade relacional, fazendo com que, no futuro, as crianças fiquem menos inibidas, consigam socializar-se e criar relações com maior sucesso e, por fim, com que compreendam a importância do respeito e da aceitação das regras e dos limites.

 

Bons jogos!

 

 

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