O Desenvolvimento da Motricidade Fina da Criança

O que é Motricidade Fina?

Podemos definir motricidade fina como a capacidade de utilizar, de forma eficaz, precisa e controlada, os pequenos músculos do nosso corpo – em particular os músculos da mão e dos dedos -, produzindo, desta forma, movimentos específicos que facilitam a realização de tarefas do dia-a-dia, tais como vestir/ despir, abotoar, apertar cordões, abrir e fechar um fecho, dar nós, lavar os dentes, escrever, pintar, recortar.

Estas competências exigem o controlo dos músculos, mas também a coordenação entre o nosso corpo e o cérebro – coordenação oculomanual.

Quando estas competências não são desenvolvidas, a criança vê o seu desempenho diminuído, afetando a sua autoestima e o seu autoconceito.

A coordenação motora da criança deve ser estimulada e treinada desde muito cedo, proporcionando atividades específicas para a idade, que promovam experiências significativas e que tenham impacto no seu desenvolvimento.

 

Que Comportamentos indiciam Dificuldades ao nível da Motricidade Fina?

Alguns dos sinais que podem indiciar que a criança tem dificuldades de coordenação motora são:

  • Movimentos descoordenados;
  • Lentidão na realização de uma tarefa;
  • Pouca coordenação dos movimentos para lavar os dentes;
  • Pouca capacidade na utilização dos talheres para comer;
  • Incapacidade para se vestir ou despir sozinho, calçar e atar os sapatos e abotoar a roupa;
  • Falta do controlo de determinadas partes do corpo;
  • Frustração por não conseguir concretizar uma tarefa;
  • Dificuldade em manipular pequenos objetos, utilizar tesouras;
  • Preensão anormal do lápis;
  • As suas mãos cansam-​se facilmente durante as tarefas;
  • Ao escrever, pode pressionar o papel com demasiada força ou leveza.

 

Atividades Facilitadoras do Desenvolvimento da Motricidade Fina

O desenvolvimento de atividades que possibilitam o treino da motricidade global e da motricidade fina irá permitir que a criança aprenda a utilizar e a dominar melhor o seu próprio corpo, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a sua autonomia e autoconfiança.

Há uma série de atividades que podem ajudar a desenvolver e a estimular a pressão e preensão fina e a integração visuomotora, ou seja, que podem ajudar as crianças a controlar os movimentos da mão com a visão. Permitem ainda que a criança adquira outras funções cognitivas como a atenção e a memória.

Deve-se dar prioridade a atividades que fortaleçam os músculos mais pequenos do corpo, que treinem o trabalho conjunto dos olhos e das mãos e que facilitem a realização de tarefas do dia a dia, tais como:

  • Entrelaçar cordões e enfiá-los em pequenos buracos;
  • Prender, na beira de uma caixa, molas da roupa, com letras do alfabeto, números ou pintar as molas de cores variadas;
  • Usar os dedos para fazer figuras com tinta;
  • Jogos de enfiamento;
  • Abotoar e desabotoar botões;
  • Abrir e fechar fechos;
  • Apertar cordões;
  • Abrir e fechar recipientes com rosca;
  • Abrir e fechar cadeados;
  • Rasgar papel livremente;
  • Recortar figuras;
  • Picotar desenhos;
  • Pintar com pincéis;
  • Modelar plasticina e/ou barro;
  • Jogos educativos direcionados à estimulação da coordenação motora fina.

Papel dos Pais/ Professores e Educadores

No caso das dificuldades de coordenação motora, como no caso de outras problemáticas, é necessária a disponibilidade por parte dos pais e professores, sobretudo das áreas práticas (expressão plástica e visual, expressão motora), que juntamente com a capacidade para perceberem os diferentes ritmos de cada criança, são elementos fundamentais a uma ação de pleno sucesso.

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