A epidemia do século XXI
A obesidade infantil é vista como uma epidemia – um dos principais problemas e desafios de saúde pública do século XXI. Seria o suficiente para ficarmos mais alertados e consciencializados relativamente à seriedade da doença. Neste sentido, existem vários dados, que fazem com que se coloque este problema numa perspetiva mais realista.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) Portugal situa-se nos cinco países europeus com a maior taxa de obesidade infantil. Sendo que uma em cada três crianças tem excesso de peso, por outro lado, numa investigação realizada pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, verificou-se uma percentagem de pré-obesidade de 17% entre as crianças portuguesas. Consequentemente, cerca de uma em cada 10 crianças sofrem de excesso de peso ou obesidade a nível mundial.
A genética é apontada como uma das causas deste fenómeno, mas não é a única. No caso das crianças, são vários os fatores que podem ser apontados como preditores deste fenómeno. Por exemplo, o sedentarismo, o aumento do consumo de alimentos de elevada densidade energética ricos em gordura e açúcar.
Segundo uma investigação do Imperial College London e da OMS, prevê-se que se as tendências continuarem. Em 2022, o número de crianças e adolescentes obesos ultrapassará o número de crianças com peso moderado ou abaixo do recomendado.
São tendências preocupantes, pois a obesidade infantil pode contribuir para o aparecimento futuro de alguns problemas de saúde. Tais como a diabetes, a hipertensão arterial e de perturbações psicológicas graves, como a depressão, o bullying e a baixa autoestima.
O papel dos pais e das escolas é muito importante neste aspeto, são quem está mais próximo das crianças. Por isso, podem ser eles, numa primeira instância, a criar condições para que esta situação se reverta. Resolver esta questão deve passar por dois pilares fundamentais, o da alimentação e o da atividade física.
Os pais tem um papel importante na alimentação, são eles que preparam a lancheira para a criança, por isso, devem evitar colocar sumos, por exemplo, uma vez que as escolar tem o leite gratuito.
Coloque em prática
Uma das formas mais clássicas de introduzir o tema da alimentação às crianças é através da Roda dos Alimentos. A escola tem aqui um papel importante, principalmente a educadora. Esta pode mostrar como a alimentação saudável é muito importante, utilizando por exemplo materiais do faz-de-conta, para atividades em grupo.
A atividade física pode ser controlada também por ambos, os pais podem colocar os miúdos em atividades extracurriculares, como o futebol, a natação ou o ballet. A educadora pode elaborar com eles diversas atividades, as crianças gostam de coisas novas, de experimentar e de explorar. Neste sentido a utilização de jogos criativos e dinâmicos será um bom método para que comecem a gostar de praticar exercício físico.
Não se esqueça que praticar estes exercícios tem também a vantagem de estimular algumas capacidades motoras e psicológicas, como a coordenação e a flexibilidade, a concentração e o espírito de colaboração.
Pode ver aqui o artigo sobre o desenvolvimento da Motricidade Fina da Criança.