Como estamos a viver esta época natalícia, que dizem de construir uma árvore de Natal e um presépio químicos?
É fulcral direcionarmos o interesse das nossas crianças para a química e para as ciências em geral. Portanto, devemos permitir-lhes o contacto com experiências cientificamente muito enriquecedoras desde as idades mais precoces.
Materiais a utilizar
Estas tarefas que propomos são um bom ponto de partida… Assim, recorremos a material característico de laboratório, como tubos de ensaio, suporte universal, garras, balões volumétricos e alguns reagentes. Não obstante, podemos utilizar outros materiais mais comuns, como garrafas de vidro incolores e transparentes, corantes alimentares para ter uma árvore e presépios bem coloridos. Mãos à obra! Podemos ainda valer-nos de restos de tecidos para os mantos de Maria e José e reciclar material. Desta forma, sensibilizamos também as crianças para a sustentabilidade ambiental do nosso planeta. Os miúdos vão adorar! Esta é uma atividade muito simples para ser feita em família que permitirá abrir as portas para uma diversidade de outras atividades práticas, laboratoriais e/ou experimentais e para o mundo da ciência.
Recomendações dos documentos reguladores do Ministério da Educação
Aprendizagens Essenciais
Estaremos assim a desenvolver nas nossas crianças a capacidade de observação, a curiosidade, a autonomia, a aptidão de manipular materiais, o interesse por compreender o mundo que as rodeia, a criatividade e a capacidade de questionamento nas áreas da física, da química, da tecnologia, da biologia, da geologia, entre outras áreas do saber, como preconiza o documento das Aprendizagens Essenciais (AE), de julho de 2018, do 1.º ciclo do ensino básico, para a área curricular de Estudo do Meio.
Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória
Reforçando mais esta posição, o documento do Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, aprovado pelo Despacho n.º 6478/2018, de 26 de julho, defende que “O mundo atual coloca novos desafios à educação. O conhecimento científico e tecnológico desenvolve-se a um ritmo de tal forma intenso que somos confrontados diariamente com um crescimento exponencial de informação a uma escala global”.
Lei de Bases do Sistema Educativo
Da mesma forma, a Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) estabelece como objetivo do ensino básico “assegurar uma formação geral comum a todos os portugueses que lhes garanta a descoberta e o desenvolvimento dos seus interesses e aptidões, capacidade de raciocínio, memória e espírito crítico, criatividade, (…)” (art.º 7.º). Já para o secundário visa “assegurar o desenvolvimento do raciocínio, da reflexão e da curiosidade científica e o aprofundamento dos elementos fundamentais de uma cultura humanística, artística, científica e técnica que constituam suporte cognitivo e metodológico apropriado para o eventual prosseguimento de estudos e para a inserção na vida ativa (…)” (art.º 9.º).
Competências desenvolvidas
A experiência demonstra-nos claramente que proporcionar às nossas crianças atividades científicas de índole mais prático, vai-lhes possibilitar:
- Desenvolver a autonomia, a responsabilidade individual e a reflexão;
- Estimular a postura ativa e participante;
- Estimular a curiosidade acerca do mundo natural e criar um sentimento de admiração, entusiasmo e interesse pela ciência;
- Promover capacidades de comunicação e espírito de grupo e cooperação;
- Desenvolver a consciência ecológica que conduza à valorização do património natural e à aquisição de noções sobre desenvolvimento sustentável;
- Difundir habilidades científicas;
- Incentivar à tomada de consciência, por meio das suas próprias explicações sobre como manipular o material;
- Questionar o comportamento humano perante o mundo;
- Questionar o impacto da ciência e tecnologia no nosso ambiente e na cultura em geral.
Em suma, é essencial desenvolver nas nossas crianças a literacia científica. As crianças de hoje serão os adultos e/ou cientistas de amanhã, que queremos bem informados e esclarecidos em todas as áreas.
Gostei. Vamos experimentar este Natal. ?
Artigo muito interessante. Parabéns.