Adaptações Curriculares Não Significativas
Adaptações Curriculares Significativas
Neste artigo, iremos debruçar-nos sobre as restantes medidas de gestão curricular, mais concretamente sobre as Adaptações Curriculares Não Significativas (Medidas Seletivas) e as Adaptações Curriculares Significativas (Medidas Adicionais).
As Adaptações Curriculares Não Significativas são medidas de gestão curricular que não comprometem as aprendizagens essenciais previstas nos documentos curriculares.
São medidas preventivas cujo objetivo é levar o aluno a desenvolver as competências previstas no perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória. Contudo, quando definimos estas medidas, devemos ter em conta as necessidades de cada um, tendo sempre em vista o seu sucesso educativo.
De seguida, iremos apresentar alguns procedimentos e atividades que podem ajudar a pôr em prática estas medidas:
No entanto, por vezes, há necessidade de se adotarem Adaptações Curriculares Significativas para ir ao encontro das necessidades dos alunos que apresentam fatores graves ou severos que os impedem de aprender e cujas Adaptações Curriculares Não Significativas não conseguem solucionar.
O que se pretende com a adoção das Adaptações Curriculares Significativas é a procura de soluções para as necessidades específicas do aluno. No entanto, estas adaptações precisam de ser ajustadas ao seu perfil, de forma a favorecer a sua inclusão, mas também a evidenciar as suas capacidades e o seu potencial.
Embora muitos professores considerem que, por um lado, estas medidas possam ser difíceis de implementar, por outro lado, são da opinião que podem ser as únicas alternativas para os alunos que apresentam graves limitações, como forma de evitar a sua exclusão.
Boa tarde,
E pode o aluno ter umas e outras nas diferentes disciplinas? Por exemplo. ACNS a Geografia, mas ACS em Matemática?
Bom dia!
A questão que coloca é muito pertinente. Infelizmente, este assunto não tem sido interpretado e operacionalizado da mesma forma.
Como sabemos, uma das características deste modelo é a organização por níveis de intervenção. Estes níveis variam em termos do tipo, intensidade e frequência das intervenções e são determinados em função da resposta dos/as alunos/as às mesmas.
Neste sentido, as medidas podem ser mobilizadas em qualquer momento do percurso escolar do aluno, em função das necessidades educativas que lhe venham, entretanto, a ser diagnosticadas, não existindo constrangimentos quanto à adoção simultânea de medidas de diferentes níveis, ou seja, um aluno pode ter, em termos de programação e planificação, adaptações curriculares significativas apenas a algumas disciplinas.
Um aluno pode ter “capacidades” para desenvolver as aprendizagens essenciais de uma disciplina da matriz curricular regular sem qualquer alteração, mas não conseguir minimamente acompanhar as aprendizagens essenciais de outras disciplinas do ano de escolaridade em que se encontra, por haver uma discrepância abismal.
Se o aluno consegue desenvolver as aprendizagens essenciais de uma disciplina da sua matriz curricular, por que há de ter adaptações curriculares significativas a essa disciplina, com uma planificação específica e aprendizagens substitutivas? Deve ter apenas àquelas disciplinas em que, de todo, o aluno não consegue desenvolver as aprendizagens essenciais, mesmo com eventual aplicação de adaptações curriculares não significativas ou outras medidas.
Com os melhores cumprimentos
Abecedário da Educação
Boa tarde
através das adaptações curriculares não significativas é possível desenhar um currículo especifico e mais individualizado para o aluno? Ou seja, se o aluno frequentar o 3 ano do 1 ciclo, e não ano ganhar minimamente o currículo, poderá desenhar-se um currículo específico com aprendizagens de anos anteriores?
Se o aluno tiver estas adaptações, tem impacto no certificado final?
E as adaptações curriculares significativas, poderão ser introduzidas por exemplo, no primeiro ciclo, e se o aluno recuperar, serem retiradas no 2 ciclo e não ter impacto no diploma final?
obrigada
Boa tarde!
Relativamente à primeira questão, um aluno que esteja a beneficiar de adaptações curriculares não significativas tem de realizar as mesmas aprendizagens dos restantes alunos, ou seja, as que estão previstas no documentos curriculares, podendo incluir adaptações ao nível dos objetivos e dos conteúdos, através da alteração na sua priorização ou sequenciação, ou na introdução de objetivos específicos que permitam atingir os objetivos globais e as aprendizagens essenciais. Note-se que a terminologia “Currículo Específico Individual” já não é aplicável no DL 54/2018.
Um aluno que beneficie de adaptações curriculares não significativas, que complete o seu percurso escolar têm direito a um certificado final.
Um aluno que beneficie de adaptações curriculares significativas poderá deixar de usufruir desta medida, caso se verifique que já não apresenta fatores que o impeçam de aprender de forma significativa. No entanto, esta alteração deve ser muito bem ponderada, para que futuramente não haja necessidade de voltar a beneficiar dessa mesma medida.
De acordo com o definido no ponto 2, do Art.º 30.º, do Decreto-Lei n.º 54/2018, os alunos que completam o seu percurso escolar com a medida adicional adaptações curriculares significativas, têm direito à emissão de diploma e de certificado de conclusão da escolaridade obrigatória. Deste certificado deve constar o ciclo ou nível de ensino concluído e a informação curricular relevante do programa educativo individual bem como as áreas e as experiências desenvolvidas no plano individual de transição.
Com os melhores cumprimentos,
Abecedário da Educação
Boa tarde. Nos exemplos de procedimentos a adotar na aplicação das ACNS, referem que se podem eliminar conteúdos menos relevantes. Se um professor considerar que não é relevante um aluno conhecer toda a numeração romana, ou não conhecer todos os determinates e pronomes, por exemplo, não está a fazer alterações no currículo? Tenho ouvido dizer que não se eliminam conteúdos. Obrigada.
Boa tarde!
Para cada disciplina existe uma planificação com os conteúdos programáticos a lecionar, onde constam também as Aprendizagens Essenciais, cujo objetivo é promover as áreas de competência inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. As Aprendizagens Essenciais apresentam um conjunto de conhecimentos a adquirir, identificados como conteúdos de conhecimento disciplinar, tal como capacidades e atitudes que todos os alunos têm de desenvolver obrigatoriamente em cada disciplina. Estes conteúdos não podem ser eliminados. O que pode der eliminado são os conteúdos que não fazem parte das Aprendizagens Essenciais, pois os conteúdos das Aprendizagens Essenciais são considerados indispensáveis e estruturantes. No entanto, nas planificações de cada disciplina existem conteúdos que não fazem parte das Aprendizagens Essenciais e esses, sim, podem ser eliminados, pois são considerados menos relevantes para o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Contudo, nas ACNS e dentro do espírito das Aprendizagens Essenciais, o professor pode priorizar os conteúdos que considerar mais adequados ao perfil de aprendizagem de cada aluno.
Com os melhores cumprimentos,
Abecedário da Educação