Como escolhemos o nosso parceiro?

Lembra-se do artigo intitulado O amor tem sempre QUÍMICA! ? Vamos cumprir o prometido e esclarecer-vos sobre a forma como selecionamos o/a nosso/a companheiro/a.

Como escolhemos o nosso parceiro?

Pensando de uma forma fria, poderíamos afirmar que escolhemos o nosso parceiro apenas para garantir a continuidade da espécie. No entanto, este processo é muito mais complexo e envolve outros objetivos. Inegavelmente, procuramos sempre alguém com bons genes. Estes farão parte do código genético dos nossos filhos, que se pretende que seja um código genético perfeito. Assim, poderemos afirmar que quando sentimos atração por outra pessoa é porque gostamos dos seus genes?

Mas como é que nós avaliamos os genes dos possíveis parceiros?

Mais uma vez, a Química dá-nos resposta a esta questão. No mundo animal, há comunicação entre espécies através de substâncias químicas, a que deram o nome de feromonas. Esta palavra, feromona, deriva do grego fero (transportar) e hormona (excitar). Portanto, estas substâncias químicas são transportadoras de excitação. De facto, podemos definir as feromonas como substâncias químicas libertadas pelo nosso corpo, que ao serem disseminadas, irão provocar determinadas reações em outros indivíduos da mesma espécie.

Bombicol

Bombicol, cujo nome científico é 10,12-hexadecadieno-1-ol, foi a primeira feromona a ser identificada, em 1959, pelo químico alemão Adolf Friedrich Butenandt. Este químico ganhou o prémio Nobel da Química em 1939, precisamente pelos trabalhos desenvolvidos no âmbito das feromonas. Bombicol não é nada mais nem menos do que a substância química usada pelas fêmeas do bicho da seda para atrair os machos. Com efeito, as moléculas de bombicol produzidas pela fêmea espalham-se no ar. De seguida, atingem os machos, difundem-se através de poros abertos nos pelos das suas antenas. Aí, chegam a uma proteína recetora e um impulso nervoso é enviado para o cérebro. Em suma, bombicol é um composto orgânico, pertencente à família dos álcoois, de cadeia longa.

Fórmula química: C16H30O

Nome científico: 10,12-hexadecadieno-1-ol

Fórmula de estrutura:

Os insetos são os que mais libertam este composto químico, não obstante, também os mamíferos comunicam através do olfato. Acresce que cada espécie produzirá uma feromona diferente, que só será reconhecida pelos membros da sua espécie.

Afinal, se se pensava que os seres humanos selecionavam os respetivos companheiros, baseando-se em estímulos visuais, sabe-se hoje que não é isto que impera. A comunidade científica começa a considerar, seriamente, a possibilidade de que o Homem tem a capacidade de distinguir os genes do companheiro através do cheiro e que a visão poderá passar para segundo plano.

Para terminar, resta informar que se fizermos uma pesquisa pela Internet, facilmente encontramos marcas de perfumes que proclamam que contêm feromonas capazes de atrair muitos homens (ou mulheres), inclusive indicam uma taxa de sucesso. Por exemplo, há desodorizantes, nomeadamente da marca AXE, que utilizam feromonas sintetizadas laboratorialmente, passando a mensagem nos anúncios, de que quem os usa, consegue atrair mais mulheres. É muito provável que esta publicidade seja algo duvidosa. Todavia, também é verdade que a comunidade científica começa a aceitar a existência destes compostos químicos – as feromonas humanas – e o seu impacto no comportamento dos seres humanos.

6 comentário em “Como escolhemos o nosso parceiro?

  1. Soraia Costa comentou:

    Não fazia a mínima que isto acontecia. Acho muito relevantes os temas que têm sido tratados neste blog.

  2. Manuela Leite comentou:

    Muito interessante e educqctovo, evidenciando a complexidade das relações. Apesar da evolução, e da valorização de outros elementos (ex aparência física, valores morais e culturais), pelos vistos subjazem elementos químicos na perpetuação da espécie. Mais uma vez o autor está de parabéns!

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