“Educação Inclusiva – consertar o telhado e mudar de casa”

No passado dia 21 de fevereiro, pelas 21h00, realizou-se, no Altice Fórum Braga, a conferência denominada “Educação Inclusiva – Consertar o telhado e mudar de casa”, promovida pelo Balcão de Inclusão do Município de Braga, em parceria com o Núcleo de Braga da Associação Pais em Rede.

A iniciativa teve como orador o Professor Doutor David Rodrigues, presidente da Pró-Inclusão/Associação Nacional de Docentes de Educação Especial e diretor da Revista «Educação Inclusiva».

Foi com enorme satisfação que assistimos a tão esclarecedora e enriquecedora exposição.

David Rodrigues começou por referir que a inclusão é um processo de capacitação de pessoas e grupos, de forma a se apropriarem de instrumentos (capacidades, atitudes, conhecimentos…) que lhes permitam sentir que pertencem a uma determinada comunidade/ sociedade.

Deste modo, a sociedade deverá procurar compensar as diferenças e as desigualdades. Não é o simples contacto com as diferenças que vai fazer com que haja inclusão, mas sim a forma como conhecemos e lidamos com essas diferenças.

A sociedade deverá, por um lado, criar ambientes e oportunidades de igualdade, de participação e aceitação da diferença. No entanto, por outro lado, deverá capacitar as comunidades para se tornarem cidadãs mais participadas.

Escola para todos e com todos

David Rodrigues defendeu que a Escola deve ser vista como uma vivência inclusiva, como uma estrutura de mediação. Salientou ainda que a inclusão é trabalhada em ambientes assumidamente imperfeitos. Por este motivo, é papel da escola, e de todos os agentes que fazem parte da comunidade educativa, procurar melhorar esses ambientes.

 

Devemos ajudar os alunos a apropriar-se de instrumentos, competências e conteúdos, para se sentirem incluídos. A sua simples presença na escola, não é sinónimo de inclusão, porque inclusão implica participação da e na comunidade escolar.

Sublinhou que o papel dos professores é fundamental para a criação destes ambientes inclusivos. Estes profissionais podem, sem dúvida, ajudar a prevenir situações de desigualdade entre os alunos.

Cada professor deve ensinar, tendo em conta a individualidade e o ponto de partida de cada aluno. As diferenças entre cada um devem ser consideradas nas formas e nos ritmos de aprendizagem. As dificuldades de cada aluno devem ser atempada e competentemente apoiadas pelos docentes.

Neste sentido, afirmou que, para a escola se tornar num espaço inclusivo, é fundamental que se crie um ambiente inclusivo, em que todos sejam educados, ouvidos, respeitados e valorizados, e uma pedagogia inclusiva, em que todos aprendam o melhor e o máximo que conseguem.

No entanto, terminou por dizer que para as escolas progredirem é essencial que se criem espaços de discussão/ cooperação; liderança da parte de todos; formação em serviço (reflexão sobre práticas, valores, conhecimentos, metodologias…); mais e melhores recursos e um compromisso individual de sermos competentes para todos os alunos, honrando o nosso trabalho como professores.

Para terminar, apresentamos um vídeo que mostra a força de uma comunidade, quando decide trabalhar em prol do mesmo objetivo.

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