Todos os pais querem o melhor para os seus filhos. Até aqui estamos todos de acordo. Assim, se na escola a criança tem amigos e boas notas, então é feliz e os pais estão descansados.
Nem todas as crianças têm boas notas
Primeiro, nem todas as crianças sentem que têm amigos. Há miúdos muito maldosos e é importante que pais e professores estejam atentos. Para que os mais pequenos não se sintam excluídos e desamparados, é essencial que tenham uma boa autoestima e os adultos têm aqui um papel fundamental.
Segundo, nem todas as crianças têm boas notas. Quando tal não acontece, muitos pais começam a exercer “a pressão pelas boas notas”. É necessário que todos tenhamos presente que crianças saudáveis não tiram sempre boas notas! Como qualquer ser humano, elas aprendem com os erros e crescem com os insucessos.
Por outro lado, convém não esquecer que há vários fatores que afetam os resultados escolares de uma criança. O desajuste dos programas às faixas etárias é muitas vezes esquecido e, principalmente nos primeiros anos de escolaridade, a diferença entre uma criança que faça anos do início do ano e outra no final é bastante notória.
Também a ânsia de que a “nossa criança” atinja, pelo menos tão rapidamente como “a criança do vizinho”, determinado objetivo é um dos grandes inimigos das crianças dos dias de hoje. De facto, parece ser cada vez mais difícil que se aceitem os diferentes ritmos de aprendizagem das crianças.
Crianças com boas notas são as mais inteligentes?
Ainda relativamente às notas, quando o que interessa são os resultados finais dos alunos, estamos a comparar o incomparável! Como se pode equiparar o mérito de um miúdo que de facto alcança excelentes notas de forma autónoma, com um outro que tem todo o apoio extracurricular, desde a ajuda dos pais em casa ou até de explicadores?
E serão os alunos com melhores notas os mais inteligentes? Claro que não. Há alunos inteligentes com notas menos boas e há também alunos menos inteligentes com bons resultados escolares. Existe uma série de fatores que ajudam a determinar as diversas classificações de um aluno.
No nosso entender, cada vez mais se atribuem às notas demasiada relevância. É muito mais importante que as crianças sejam boas pessoas do que apenas pessoas com boas notas! Por outro lado, temos a obrigação de tornar a escola um local agradável, onde todas as nossas crianças se sintam bem.
Atitude perante a escola
O que podemos então fazer para melhorar a relação criança/escola? O psicólogo Eduardo Sá deixa algumas sugestões aos pais, para que passem a ser a autoridade reguladora de que a escola precisa:
Para concluir, e citando Eduardo Sá:
“Mais importante que as boas notas são os bons alunos. Daqueles que erram e que aprendem. E mais importante, ainda, que os bons alunos são aqueles que, tendo “várias vidas”, são bons alunos, bem educados e boas pessoas.”