As crianças contactam desde cedo com diferentes materiais e percecionam os respetivos estados físicos em que se encontram – sólido, líquido e gasoso. Mas, como explicar-lhes as diferenças entre estes estados físicos da matéria (tudo aquilo que nos rodeia)? 

Enquadramento curricular

Sabemos que a curiosidade é uma das competências fundamentais da sociedade atual. Assim como as capacidades de questionamento, de formulação de hipóteses, de teste e de retirar conclusões. Desta forma desenrola-se o trabalho em Ciência! Portanto, devemos encorajar os mais pequenos a levantar questões. E, seguidamente, a ir em busca das suas respostas recorrendo a atividades práticas, laboratoriais e/ou experimentais.

O documento do Ministério da educação (ME) “Aprendizagens Essenciais” para Estudo do Meio em articulação com o perfil dos alunos, para o 3.º ano, de julho de 2018, refere, no domínio “Natureza” que as crianças devem “Distinguir as diferenças existentes entre sólidos, líquidos e gases”.

Enquadramento concetual

Os mais pequenos observam diariamente materiais nos diferentes estados físicos da matéria. A saber, sólido (como uma borracha escolar, uma televisão), líquido (como o leite e um sumo) e gasoso (como o ar que respiramos, o gás dos balões da festa ou as bolhinhas de gás de uma bebiba gaseificada).

Convém também esclarecer que uma mesma substância pode estar em estados físicos diferentes, consoante as condições do meio. Portanto, ao contrário das conceções prévias de algumas crianças, a água líquida é a mesma substância que o gelo. Todavia, encontram-se em estados físicos diferentes. A primeira no estado líquido e o segundo no estado sólido, mas ambos são água.

Para compreender os estados físicos, há necessidade de conhecer as unidades estruturais da matéria e as forças entre elas.

Para além das referências nos documentos orientadores do ME, acresce a relevância que estes estados físicos da matéria assumem na vida das crianças desde sempre, uma vez que são estados físicos dos diferentes materiais que elas observam diariamente.

Na verdade, tendo como mote situações do dia a dia, como o leite que as crianças bebem ao pequeno almoço ou o lápis que usam para escrever no caderno da escola, é muito fácil explorar as diferenças entre estes estados físicos e planificar uma atividade prática neste âmbito.

Proposta de atividade prática

1 – Objetivos da atividade

• Identificar o estado físico de diferentes amostras de materiais (à temperatura ambiente e à pressão local).
• Distinguir líquidos de sólidos e de gases.

2 – Conceções prévias

Deve-se começar por questionar as crianças sobre materiais que usam no dia a dia. De seguida, perguntar sobre o estado físico em que se encontram e as diferenças entre eles.

Por sua vez, levantar as conceções prévias das crianças, algumas das quais podem ser alternativas, ou seja, erradas do ponto de vista científico, é de extrema importância. Isto porque o confronto com os conhecimentos aquiridos após a experimentação permite-lhes uma assimilação mais eficaz!

3 – Procedimento

Formar vários grupos. A cada grupo fornecer vários sacos de plástico incolores e transparentes com 40 g de azeite, de leite, de álcool etílico, de sal, de açúcar, de farinha, e um balão cheio de ar…

Permitir que as crianças manuseiem as várias amostras e tentem separar os sólidos, dos líquidos e dos gases.

4 – Registo de resultados

Pode fornecer-se uma tabela do género da apresentada abaixo para registo dos resultados. É muito importante que haja registo daquilo que é feito, para comparação entre as conceções prévias e os conhecimentos agora adquiridos.

5 – Conclusão

As crianças devem compreender que, à mesma temperatura (temperatura ambiente de …ºC) uns materiais formam gotas, escorrem como a água, adquirem formas diferentes, consoante o recipiente (azeite, leite, álcool etílico) e outros não formam gotas, não escorrem (sal, açúcar, farinha), enquanto o balão cheio de ar se consegue comprimir.