Mesmo sem som, os telemóveis podem ser má influência na sala de aula

É verdade… A mera presença do telemóvel, mesmo quando este está sem som ou longe da vista, pode prejudicar a capacidade de concentração e de aprendizagem dos alunos. Foi a esta conclusão que chegou o estudo do Journal of the Association for Consumer Research.

Não é novidade que o telemóvel é um fator de distração, seja para estudar ou para conduzir, por exemplo. No entanto, o que este estudo vem concluir é que o nosso cérebro se distrai simplesmente por ele estar próximo.

Embora “os smarphones nos permitam e nos incentivem a estarmos constantemente ligados à informação e ao entretenimento, (…) a sua presença persistente pode ter um custo a nível cognitivo”, explicam os investigadores.

 

Como chegaram a esta conclusão?

Os investigadores tinham como objetivo observar os efeitos da presença dos telemóveis nos alunos. Para isso, os investigadores pediram a um grupo de alunos que completassem alguns problemas matemáticos em três contextos:

– com os telemóveis pousados nas secretárias;

– com os telemóveis guardados nas mochilas ou nos bolsos;

– ou então, por último, com os telemóveis guardados numa sala à parte.

Foi pedido aos alunos que desligassem o som do telemóvel, prevenindo o toque de uma chamada, de uma notificação ou de um alarme. Durante as experiências, os alunos não interagiram, de todo, com o telemóvel.

O que estes testes permitiram concluir é que o smartphone exerceu uma grande influência sobre os alunos, ocupando um “espaço mental” que poderia estar a ser utilizado para concluírem os exercícios.

Os alunos obtiveram melhores resultados quando os telemóveis estavam na sala à parte do que quando estavam junto a eles. Além disso, verificou-se que o facto de estarem pousados na mesa também tinha impacto na realização do exercício matemático. Obtiveram piores resultados quando os telemóveis estavam à vista.

 

Porque é que isto acontece?

A mera presença dos smartphones parece desencadear uma reação automática do nosso sistema neurológico. Como explicam os investigadores, este sistema controla inconscientemente os sinais do meio ambiente. É responsável por nos colocar em alerta quando, por exemplo, alguém chama pelo nosso nome ou quando ouvimos a sirene de uma ambulância.

Ao que parece, o mesmo acontece com os telemóveis: as notificações, as luzes e os sons colocam-nos em alerta constante. Com isto, estamos a prescindir de capacidade cognitiva para realizar as outras tarefas.

A única solução, dizem os investigadores, é colocarmos os telemóveis longe dos alunos, já que o facto de estarem virados para baixo na secretária ou no bolso não pareceu suficiente com os alunos testados.

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