Robótica aplicada a alunos autistas: como ajuda a interação social e a comunicação?

a robótica aliada ao autismo

O transtorno do espectro autista é uma condição relacionada com o desenvolvimento cerebral, que impacta a forma de como um indivíduo entende e socializa com os outros. Por esse motivo, é frequente que cause problemas na comunicação e na interação social.

Este transtorno é concebido como um espectro, uma vez que existe uma grande variedade de sintomas e graus de severidade.

O autismo surge na infância, geralmente no primeiro ano de idade.

Apesar de não existir cura para o transtorno do espectro autista, o tratamento pode fazer uma enorme diferença na melhoria da qualidade de vida destas pessoas.

E é exatamente aqui que entra a robótica.

Papel da robótica no ensino de crianças autistas

A robótica procura casar conhecimentos de várias áreas, como a engenharia mecânica e a inteligência artificial, de modo a criar robôs que possam efetuar tarefas semelhantes aos humanos, de modo automático. 

De facto, o rápido desenvolvimento da robótica tem trazido inúmeras inovações no tratamento de crianças com o transtorno do espectro autista.

Para crianças que vivem com o transtorno do espectro autista, o desenvolvimento de capacidades académicas, comunicativas e de interação social pode ser visto como um desafio.

Em muitos casos, estas crianças precisam de apoio adicional para melhorarem a sua competência nestas áreas. 

Neste sentido, a robótica pode ter um papel de destaque, uma vez que é capaz de criar um ambiente de aprendizagem livre, no qual estas crianças se podem sentir mais à vontade.

Em todo o caso, este processo pode perder todas as suas vantagens quando as crianças ficam demasiado envolvidas no mundo virtual e se tornam incapazes de utilizar as capacidades aprendidas no mundo real.

robots no autismo

Robôs no desenvolvimento das capacidades de comunicação e interação social

Os avanços recentes tornaram possível a criação de robôs com funções semelhantes aos humanos, que se têm mostrado capazes de melhorar as capacidades sociais de indivíduos com transtorno do espectro autista

Estes robôs funcionam como uma ponte entre o mundo virtual e o mundo real, uma vez que têm um aspeto físico tridimensional e conseguem exibir padrões comportamentais complexos –  mas menos intimidantes do que os humanos. 

Na verdade, em muitas situações, os robôs são percepcionados pelas crianças como motivadores e seguros.

A grande capacidade destes dispositivos está em enriquecer as experiências de aprendizagem das crianças. O objetivo é que o modo de como elas interagem com eles possa ser transferido para as suas interações com as pessoas. 

Apesar dos robôs não humanóides (por exemplo, robôs parecidos com animais) terem um maior apelo inicial, os robôs humanóides já provaram ter uma capacidade acrescida no desenvolvimento da interação social e das capacidades comunicativas.

Tudo isto acontece porque as crianças com transtorno do espectro autista têm-se mostrado mais recetivas ao feedback transmitido pela tecnologia do que por humanos – mesmo quando esse feedback está relacionado a interações sociais.

Hoje em dia, ainda se levantam muitas questões relativamente a este assunto e tentam-se chegar a várias conclusões. 

Importa, agora, perceber quais são, realmente, os melhores robôs para este tipo de terapia, qual a melhor forma de os integrar nas intervenções e que indivíduos  podem estar aptos a recebê-la. 

criança a comunicar com robots

Os estudos ainda se encontram numa fase inicial

Apesar do uso da robótica no tratamento do autismo ter recebido muita atenção por parte dos média nos últimos anos, a investigação ainda se encontra numa fase embrionária

Além disso, grande parte das investigações tem sido levada a cabo por profissionais da robótica e não por profissionais médicos.

Neste momento, os robôs apresentam-se em constante melhoria, de modo a tornar a sua integração mais facilitada, por parte de terapeutas e professores.  

Conclusão

A robótica tem assumido um papel cada vez mais importante no ensino e, mais recentemente, a sua popularidade tem aumentado.

Ao longo dos últimos anos, muitos investigadores têm centrado atenções em explorar as capacidades da robótica, em crianças com o transtorno do espectro autista.

Um dos objetivos da robótica tem sido o de criar robôs que possam realizar tarefas repetitivas, semelhantes às tarefas realizadas por humanos, facilitando esses processos. 

Quanto às crianças com o transtorno do espectro autista, a robótica já demonstrou ser capaz de desenvolver robôs humanóides, que estimulam tanto a comunicação como a interação social. 

Assim sendo, é primordial que estes dispositivos sejam inseridos em contexto escolar, de modo a ajudar a desenvolver as capacidades cognitivas e sociais destes alunos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *