Será que é possível potenciar a curiosidade, criatividade e o pensamento crítico dos alunos através da Ciência e Tecnologia?
A resposta é sim!
Quer perceber como? Neste artigo, vai ficar a conhecer diversas formas de como estas áreas podem ajudar os estudantes a desenvolver este género de capacidades.
Pensamento crítico
O pensamento crítico é a habilidade de ligar conhecimentos novos a conhecimentos prévios, construir e avaliar argumentos e resolver problemas sistematicamente.
É uma capacidade cognitiva indispensável para os alunos, já que os prepara para responder a uma grande variedade de problemas complexos, tanto na fase estudantil, como, mais tarde, durante a sua vida profissional.
As capacidades cognitivas, que suportam o pensamento crítico, são as seguintes: análise, interpretação, avaliação, inferência e explicação.
Quando os alunos pensam criticamente, conseguem comunicar, analisar, sintetizar, avaliar, refletir e resolver problemas.
Para criar ambientes em que o pensamento crítico floresça, os professores devem colocar questões, encorajar a expressão de diferentes opiniões e estimular que os alunos realizem atividades práticas, que os façam aplicar os seus conhecimentos.
Estratégias baseadas na ciência para aplicar o pensamento crítico
- Desafiar todas as suposições, não fornecendo aos alunos todas as respostas, mas deixando-os descobrir, questionar os problemas e encontrar soluções;
- Suspender o julgamento, pois o julgamento bloqueia o progresso da ciência;
- Revisar conclusões com base em novas evidências, uma vez que na ciência é necessário resistir em vez de confirmar e, por vezes, admitir novos conhecimentos;
- Dar ênfase a dados, porque, nesta área, as crenças importam menos do que os factos e do que pode ser provado;
- Testar ideias sendo que, na pior das hipóteses, reconfirmam-se os dados anteriores;
- Compreender que os erros também podem existir e que os mesmos, por vezes, conduzem a novas conclusões;
- Considerar ideias e possibilidades sem sempre as aceitar, procurando desafiar as suas crenças;
- Procurar o que os outros perderam, analisando dados antigos e testando teorias.
Como é que a tecnologia pode ajudar a desenvolver o pensamento crítico?
- Atividades interativas podem estimular o interesse por parte do estudante e melhorar os seus resultados académicos. Por exemplo, os jogos e simulações são ferramentas poderosas que ajudam os alunos a ativar conhecimentos prévios, a aplicar os seus conhecimentos em cenários novos, a procurar padrões, a usar dados e lógicas para criar argumentos, a resolver problemas e a aprender a partir das suas ações.
- Representações e modelos clarificam conceitos complexos. Os estudantes compreendem melhor as ideias quando estas são explicadas por várias modalidades (verbal, visual, gráfica, simbólica) e formatos (vídeo, gráficos, áudio, simulações). A aprendizagem digital nutre o pensamento crítico e aumenta a acessibilidade do conteúdo.
- Ambientes tecnológicos incentivam o conhecimento autorregulado, ou seja, a capacidade de monitorizar, avaliar e controlar o pensamento, enquanto se completam novas tarefas. Isto apoia o pensamento crítico.
- A prática ajuda os estudantes a solidificar aprendizagens. Ambientes de ensino online oferecem mais oportunidades para os alunos experimentarem e praticarem capacidades e conceitos. Estas experiências ajudam-nos a desenvolver o seu pensamento crítico.
- Ambientes de ensino multimédia permitem que os alunos apliquem os seus conhecimentos no mundo real. Apresentar problemas, no contexto do mundo real, pode tornar a aprendizagem digital mais significativa e acessível aos alunos, ao mostrar-lhes a importância do que foi estudado. O pensamento crítico é fortalecido quando se interliga ideias teóricas com as experiências do dia a dia.
Criatividade
O pensamento criativo é fundamental para o sucesso das crianças, enquanto alunos.. Esta capacidade divide-se em quatro partes:
- Colocar questões, unir, organizar e processar informações e ideias;
- Imaginar possibilidades, sugerir alternativas, procurar soluções e colocar ideias em ação;
- Explicar a razão do seu pensamento e aplicar conhecimentos a novas situações;
- Aplicar lógica e razão, chegar a conclusões, delinear ações, avaliar o processo e o resultado.
Como desenvolver a criatividade?
- Encorajar os alunos a explorar, a serem curiosos, a pensar em questões e a investigar as soluções;
- Pedir-lhes que pensem em diferentes formas de resolver certos problemas;
- Dar-lhes a oportunidade de escolher atividades que envolvam planeamento e a tomada de decisões;
- Pedir aos alunos para explicarem o seu pensamento;
- Mostrar-lhes que não há nada de mal em errar;
- Incentivar a partilha dos erros cometidos, para que os outros alunos possam aprender com eles;
- Valorizar as suas ideias e os seus esforços.
Curiosidade
A curiosidade e as questões que partem da curiosidade são muito importantes para o desenvolvimento do pensamento científico.
Na realidade, o pensamento científico é um tipo de procura de conhecimento que consiste, em grande medida, na busca de informação. Para isso, é importante colocar questões, testar hipóteses, fazer observações, reconhecer padrões e fazer inferências.
De facto, a curiosidade pode apoiar a aprendizagem e a motivação pela ciência e tecnologia. Isso inclui
o estímulo para procurar e reunir informação e promover o conhecimento, ao fazerem-se conexões.
As crianças são muito capazes de obter informações fazendo perguntas. Assim, apesar de nas escolas geralmente existirem modos formais de aprender ciência, o pensamento científico das crianças é dirigido pela sua curiosidade natural e o desejo de compreenderem o mundo que as rodeia.
Como promover curiosidade nos alunos?
Os alunos devem sentir-se confortáveis e encorajados a expressar a sua curiosidade, a questionar as coisas e a explorar conceitos.
Para tal, é importante dar a entender que não há qualquer problema em se estar errado ou em não saber tudo. Na verdade, as falhas no conhecimento são, muitas vezes, oportunidades de aprendizagem.
A seguir, mostramos-lhe algumas estratégias que podem usar para promover a curiosidade nos alunos:
- Encorajar e oferecer oportunidades para os alunos explorarem, dando ênfase ao valor do processo e não apenas ao resultado final. Eles só se sentirão à vontade para colocar questões, se perceberem que o ambiente na sala de aula está aberto a tal.
- Apesar dos alunos serem naturalmente curiosos, os adultos podem sugerir temas, para que os estudantes coloquem questões.
- Outro modo de encorajar a curiosidade é através da promoção da capacidade dos alunos pensarem em ideias alternativas, o que também suporta a criatividade.
Conclusão
Como vimos, instigar a curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico é algo que pode ser muito trabalhoso, mas que se torna muito importante.
Estas são capacidades que irão acompanhar os alunos para o resto da vida, auxiliando-os em contexto pessoal e profissional. Como tal, é fundamental incentivá-los, desde cedo, a colocar questões, a procurar respostas e a analisar os dados e os resultados obtidos.
E como mostramos neste artigo, a ciência e a tecnologia podem ter um papel fundamental para potenciar essas qualidades nos alunos.
Conhece outras estratégias que sejam eficazes para estimular estas características?
Se sim, fale-nos delas, nos comentários.