As atividades científicas e a tecnologia são importantes para o desenvolvimento das crianças e jovens.
Neste artigo, fique a conhecer a importância da Ciência na aprendizagem, os Clubes de Ciência Viva, os projetos educativos e a forma como estes transmitem novos conhecimentos e práticas.
A importância da Ciência na educação
A aprendizagem das Ciências e Tecnologias sempre foi essencial, uma vez que permite o nosso desenvolvimento enquanto cidadãos, consumidores e utilizadores das várias tecnologias com que nos deparamos diariamente (Carletto & Viecheneski).
A Ciência está constantemente presente na nossa vida, até na água que bebemos e no ar que respiramos. Para além desta presença constante, que é necessária compreender, é também uma área que ajuda no desenvolvimento das crianças. De acordo com a Learning Liftoff, existem 3 motivos para as crianças aprenderem Ciências:
Desenvolvem habilidades para o seu dia a dia
As Ciências ajudam as crianças a desenvolverem os seus sentidos e a sua consciência sobre o que as rodeia. Algumas das aptidões são a comunicação, a organização e a formação das suas opiniões;
Aprendem através da prática
Para além da aprendizagem teórica, a aprendizagem através de atividades possibilita o desenvolvimento intelectual;
Têm oportunidades profissionais
O interesse e os conhecimentos nas áreas de Ciências e Tecnologias permitirão aos alunos terem oportunidades profissionais nestes ramos.
A literacia científica promovida pelas escolas é fulcral. Porém, o papel de agentes de educação não-formal tais como, museus, jardins botânicos, clubes de Ciência, entre outros, também assume relevância (Pedro Reis).
Clubes de Ciência Viva: o que são?
Sabe que a Rede de Clubes de Ciência Viva na Escola passará de 237 para 699 clubes? Em fevereiro, a Direção-Geral da Educação e a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva aprovaram as candidaturas e este alargamento representa um investimento de 4.4 milhões de euros (Diário de Notícias). Mas o que são?
Os Clubes de Ciência Viva são espaços nas escolas que, ao permitirem o contacto direto com a Ciência e com a Tecnologia, promovem não só a educação e o acesso às práticas científicas, como também o incentivo à experimentação (Ciência Viva).
As áreas desenvolvidas nesses centros são: Matemática, Artes, Computação, Biologia e Geologia, Física e Química, Fotografia, Robótica, Economia, Astronomia, Sociologia, Botânica e Antropologia.
Algumas atividades dos Clubes de Ciência Viva centram-se em workshops, shows de Ciência, atividades de robótica e programação, experiências, palestras, oficinas, exposições, entre outros.
Estes espaços, destinados à comunidade escolar, famílias e comunidade local, incentivam a cooperação entre várias instituições, entre elas as científicas e de ensino superior, autarquias, museus, centros de investigação e desenvolvimento, entre outros.
Clube Ciência Viva na Escola: vantagens
Depois de conhecer o conceito é fácil deduzir algumas das vantagens destes espaços (Ciência Viva).
Literacia científica e tecnológica
O objetivo é obter o interesse geral pelas áreas da Ciência e da Tecnologia, através de aplicações inovadoras;
Articulação do ensino formal e não formal
Através do ensino experimental dentro e fora das salas de aula, os Clubes de Ciência Viva permitem a ligação entre estas duas formas de educação;
Modernização dos métodos de ensino
Através do desenvolvimento de trabalhos práticos e experimentais, da contextualização do conhecimento
e da interdisciplinaridade;
Acesso da Escola à comunidade
Ao serem espaços de Ciência e conhecimento, estes clubes realizam parcerias com várias instituições, acima já referidas;
Partilha de conhecimentos e experiências entre escolas
A partir de plataformas online, os Clubes de Ciência Viva divulgam boas práticas e recursos importantes para os docentes, tal como a partilha de conhecimentos e experiências e a promoção de encontros entre escolas.
Clubes de Ciência Viva: projetos
Existem 708 Clubes de Ciência Viva na Escola, em Portugal, com cerca de 554 820 alunos envolvidos e 4325 professores, que lecionam diferentes áreas de conhecimento (Ciência Viva).
As atividades dos Clubes de Ciência Viva, projetos que privilegiam a experiência prática, são importantes na aprendizagem e também na socialização. Conheça alguns dos projetos:
Circuitos Ciência Viva
Este é um programa de turismo científico, que permite aos participantes conhecer o nosso país, seguindo 19 circuitos e 57 percursos com 200 etapas, realizadas através dos 21 Centros de Ciência Viva.
Projetos de Ciência e Sociedade
Na realidade, foram realizados vários projetos, mas realçamos o que está em desenvolvimento desde 2018: o All-AtlaNtic Cooperation for Ocean Research and innovation (AANChOR).
O seu objetivo é o de realizar uma cooperação entre a Europa e os países do Atlântico Sul na Investigação e na Inovação na bacia do Atlântico.
Algumas das expectativas passam por promover o conhecimento entre a academia e a indústria para uma maior inovação oceânica, aumentar a literacia acerca dos oceanos, realizar iniciativas relativas a infraestruturas de investigação e inovação, entre outras (Ciência Viva).
ESERO
O projeto European Space Education Resource Office, da Agência Espacial Europeia, visa ampliar o interesse dos alunos nas temáticas das Ciências, Tecnologias e Matemáticas, através do Espaço como contexto base.
Projetos educativos
Tal como nos projetos de Ciência e Sociedade, existem projetos educativos que já terminaram e outros que continuam em ação, tais como:
- COSMOS (Creating Organisational Structures for Meaningful Science Education through Open Schooling for all): tendo em vista a aproximação entre as escolas e a comunidade, o consórcio COSMOS, composto por 11 parceiros e 7 países, apoia a criação de Comunidades de Prática que são constituídas por professores, empresas, famílias, entre outros interessados. Este projeto oferece oportunidades de desenvolvimento profissional;
- SALL (Schools As Living Labs): através deste projeto, as escolas envolvem-se em atividades de cocriação, que aproximam a comunidade educativa aos desafios do dia a dia;
- EU4OCEAN (Coligação Europeia do Oceano): incentiva a realização de ações que melhorem a literacia do oceano e a sua gestão mais sustentável, alertando para esta importância;
- Science Education For All: tendo por base a participação das pessoas no debate público sobre as Ciências e Tecnologias, este projeto foca-se em atividades de mobilidade, em períodos de observação, nas instituições europeias e na participação em conferências ou cursos.
Projetos de inclusão social
Os vários projetos de inclusão social são:
- A “Ciência chegou ao Bairro”, que visa uma literacia digital que permita o acesso à cultura científica e tecnológica no Bairro da Cova da Moura (Amadora);
- “Viver a Ciência no Bairro”, que pretende que exista uma literacia científica e ambiental junto dos cidadãos do Bairro do Condado (Marvila);
- “Vôcrescer”, que para além da literacia ambiental também visa a requalificação de espaços e o bem-estar da população do Bairro da Estrada Militar (Amadora);
- O “Fénix”, através do qual se desenvolvem iniciativas que aproximem os moradores do Bairro do Talude (Loures)
- “Oficinas de organização e ação do programa nosso Bairro nossa Cidade”, que se enquadra num projeto que visa a saúde e o bem-estar dos cidadãos da zona da Bela Vista (Setúbal).
Conclusão
A Ciência e a Tecnologia estimulam o desenvolvimento e o pensamento crítico das crianças.
Os Clubes de Ciência Viva são espaços nas escolas que, ao permitirem o contacto direto com estas áreas, promovem a educação e a experimentação, assim como a partilha de conhecimentos e boas práticas.
Os vários projetos de Ciência Viva possibilitam a exploração, cooperação, literacia, inovação, investigação, bem-estar e saúde.
Já conhecia algum destes projetos? Qual foi o que mais despertou o seu interesse? Partilhe connosco a sua opinião.