A “moda” de comer a placenta

Placentofagia, é este o nome desta prática. Comer a placenta que alimentou e protegeu o bebé durante os nove meses de gestação é muito comum no Oriente e está a ganhar cada vez mais adeptos na Europa e nos Estados Unidos. Assim, são já várias as famosas que admitiram ter adotado esta prática. Comem a placenta grelhada, na forma de smoothies ou como comprimidos. São exemplo disto, a atriz e cantora Hilary Duff, a socialite Kim Kardashian e a atriz portuguesa Jéssica Ataíde.

O que acontece pelo mundo

Na China, Coreia do Norte e Vietname, a placenta é encarada como promotora de energia para quem a consome. Para isso, esta é  previamente desidratada e reduzida a pó. A saber, nestes países, a placenta é consumida por toda a população e não só pelas recentes mães.

Acredita-se que este procedimento pode prevenir e mesmo curar determinadas doenças. Isto porque a placenta é rica em hormonas e nutrientes, como por exemplo, prolactina, oxitocina, prostaglandinas, endorfinas, ferro, vitamina B12…

Efetivamente, há quem defenda que o consumo deste órgão pelas pessoas em geral pode tratar inflamações, problemas de sono, cicatrizes e contribuir para a regulação hormonal durante a menstruação e menopausa.

Na verdade, há relatos de mães que sofreram de depressão pós-parto e na gravidez seguinte, por consumirem a placenta, afirmam não ter padecido deste mal. Mais ainda, que diminuiu o cansaço, diminuíram as hemorragias e aumentou a quantidade de leite.

Vantagens?

Os defensores da placentofagia apontam várias potencialidades para quem consome a placenta:

Riscos?

Há médicos que são perentórios em afirmar que o consumo da placenta pode trazer problemas, nomeadamente, risco de infeção e contaminação, devido às hormonas e toxinas (como mercúrio, cádmio, chumbo e arsénio) que se vão acumulando na placenta durante toda a gravidez. No entanto, avaliando a concentração destas substâncias na placenta desidratada, concluiu-se que está muito abaixo dos níveis considerados perigosos.

Também se fala na possível presença de vírus e bactérias, resultantes de problemas durante a gravidez, embora isto seja de facto preocupante na placenta crua.

Ainda se deve alertar para uma possível contaminação durante a sua manipulação e preparação através de métodos inadequados.

Conclusão

Ainda não há estudos conclusivos sobre esta matéria. As poucas pesquisas já realizadas em seres humanos não permitem inferir sobre a segurança, nem sobre benefícios clínicos da placentofagia.

Um estudo recente demonstrou precisamente não existirem diferenças a registar entre mães que tomavam os comprimidos provenientes da sua placenta e as que não tomavam. Porém, as mulheres que adotaram esta prática referem experiências positivas, como maior produção de leite e melhoria no humor.

Esta será sempre uma decisão que caberá a cada mulher. Decerto, o facto de as interessadas acreditarem nos efeitos positivos desta “moda”, poderá mesmo resultar em benefícios…


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